De quando em vez saio por este mundo afora, ora de primeira, ora de segunda classe, dependendo sempre da cotação do Black e da crise, é claro.
Porém, o melhor de tudo que acho é a volta. Que gostoso o papo, os abraços, a falação das maravilhas, as compras, os presentes, as visitas, os museus etc...
Mas, já passados alguns dias, raciocinando sem a emoção da volta, já recuperado da canseira, e não do bolso, é claro, noto que, nas viagens, fica-se um terço do tempo das férias nos aeroportos tomando chá de banco, por que sempre tem que se chegar com três horas de antecedência, ou então, se é expulso do quarto do hotel, porque a diária vence às 10h, e o vôo só parte às 20h...
Bem, mas tudo isso se faz  parte, mesmo porque os aeroportos são confortáveis, bonitos, existem lanchonetes, boutiques etc...
Ah! Ia esquecendo da acompanhante, em geral nossa esposa, coitada, sempre aflita, apressada em comprar mais uma coisinha para este, mais uma coisinha para aquele, o que não seria problema, se não fossem as malas e os pacotes. E haja mãos para eles.
No terço final da viagem, já começo a pensar: Acho que não vou viajar mais, as dificuldades são muitas para um sujeito só.
Mas também pensei: Será que levar uma secretária executiva poliglota e um carregador resolveria o problema?
Mas uma coisa temo que dar as mãos à palmatória: aos maravilhosos aviões, aos pilotos, às aeromoças, que te encantam. Por isso, apesar de tudo, caio sempre neste mesmo conto.