11 May 2024


O surpreendente corpo humano (Final)

Publicado em ENZO FERRARI
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Cemitério para as vítimas
No princípio do século XIII, missionários da seita nestoriana – um grupo que acreditava que entre outras coisas, Cristo tinha 2 rostos – começaram a percorrer as novas estradas entre a Europa e a Ásia. Foram descobertas, ao longo destas estradas, sepulturas de missionários datando de 1338 e 1339, alguns dos quais se sabe terem contraído a peste da Mongólia Exterior. Crê-se que a contaminação destes viandantes, conjugada com a existência da ratazana vulgar na Europa (notada a partir do século XII), foi a causa principal da morte negra, que assolou o continente europeu nos 60 anos seguintes e continuou a aterrorizar o Mundo durante quase 4 séculos.
Morte terrível
A expressão ‘peste negra’, criada no século XIV, tem a sua origem na utilização da palavra “negra”, no latim medieval, com o significado terrível. Em 1348, cerca de 1 milhão de vítimas morreram em Florença. No mesmo ano, o papa Clemente VI, que então residia em Avinhão, propôs uma peregrinação a Roma. Nessa viagem, de cerca de 800 km, mais de 1 milhão de peregrinos partiram, dos quais só regressaram 100 mil. Quando a epidemia atingiu o auge, o rio Ródano foi utilizado como cemitério para as vítimas, que se tornava impossível sepultar.
Cerca do final do século XIV, a peste vitimaria já 25 milhões de pessoas – a quarta parte da população mundial conhecida. De acordo com um cálculo, verificaram-se 45 surtos de peste entre 1550 e 1720. O mais conhecido atingiu Londres em junho de 1665.
Um dos métodos preventivos usados em Londres contra a propagação da peste foi queimar gatos, cães, ratos e ratazanas. Esta precaução, porém, foi demasiada tardia. Cerca de 1666 mais de 68.000 londrinos tinham morrido e a Europa receava outra pandemia. Foi então que, em 2 de setembro desse ano, se declarou um incêndio em Pudding Lane, no centro da área mais populosa de Londres. O fogo alastrou durante 4 dias, devastando quatro quintos da cidade, mas eliminando as condições anti-higiênicas que tinham contribuído para a propagação do contágio.
O último grande surto
O último grande surto de peste na Europa declarou-se em Marselha, no Sul da França, em 1720. Há gravuras e descrições dos médicos que combatiam a peste envergando roupas espessas, calçando luvas de couro e protegidos com uma máscara munida de um bico contendo ervas aromáticas destinadas a afastar os cheiros que, segundo crença da época, transportavam a doença.
Ignora-se o motivo por que a peste declinou de forma tão acentuada no século XVIII. Talvez um adágio da época se relacione de algum modo com o fato. Aconselhava-se quem vivesse numa área onde surgisse a peste a afastar-se rapidamente, afastar-se para longe e regressar tarde.

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