27 Apr 2024


O surpreendente corpo humano (I)

Publicado em ENZO FERRARI
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Em 1910, seguiram para a Manchúria do Norte milhares de chineses interessados no vantajoso aumento do valor das peles. Estes não só se aproveitavam da facilidade que representava a caça aos animais doentes como tratavam cuidadosamente os caçadores que adoeciam, ignorando que a doença contraída por contágio dos animais era a peste bubônica.
A peste alastrou das áreas de caça para a cidade de Manchuli, o término do caminho de ferro oriental chinês. Finalmente, propagou-se por 270 km ao longo da linha férrea, matando dezenas de milhares de pessoas.
Disseminada pelas moscas
A peste não é habitualmente uma doença humana, mas de ratos. É causada por bactérias – microorganismos cujas dimensões pouco excedem 1 milésimo de milímetro – e transportada pelas moscas de um roedor para outro. Há 2 espécies principais da doença: a bubônica e a pneumônica. Quando se é mordido por uma mosca que transporta a bactéria da doença, colhida num roedor infectado, surgem uns inchaços ou bubões, no local da mordedura, sob o braço ou na virilha, os quais justificam o nome da peste bubônica. A peste pneumônica é contraída por respiração quando se inspira a bactéria, por exemplo por contato com um roedor infectado, e depois transmitida de pessoa para pessoa através da respiração. Durante uma epidemia, ou pandemia, como as grandes epidemias são denominadas, pode ser infectada uma porcentagem da população que atinja os 90%. De entre aqueles que contraem a peste bubônica, entre 60% e 80% morrem. Na peste pneumônica a taxa de mortalidade, superior a 99%, é ainda mais elevada.
O homem parece ter sofrido epidemias de peste desde o começo dos tempos registrados na História. Em Babilônia, no ano 3000 a.C. houve uma peste denominada Mamtar, o demônio da peste. Pode-se dizer que a peste, que vitimou centenas de milhões de pessoas, alterou o curso da história. No ano 54 da nossa era, a peste mais devastadora que o Mundo conheceu começou a disseminar-se a partir do Egito, ao longo das grandes rotas comerciais. Atravessou a Ásia Menor e atingiu Constantinopla, a Grécia e a Itália, chegando até o Reno. Durante um período de 52 anos, a doença dizimou a população, calculando-se que tenham morrido 100 milhões de pessoas – uma grande parte da população do Mundo então conhecido. Com o declínio do Império Romano e a consequente interrupção das rotas comerciais, durante 8 séculos a peste foi praticamente esquecida. No entanto, na sua Crônica Anglo-Saxônica, o venerável Beda faz lhe referências quando escreve acerca de uma “grande pestilência” na Inglaterra e Irlanda no ano 664, descrevendo especificamente o que só pode ser um bubão. (Continua)

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