O prefeito de Santo André, Paulo Serra (PSDB), na segunda (30) de janeiro, falou à Folha sobre as diretrizes pragmáticas que irão nortear o partido, que deverá entrar em nova fase, com a presidência do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite. Serra possui bom diálogo e grande proximidade com Leite, desde quando coordenou a campanha das prévias do PSDB de Leite em São Paulo. Nada está definido, ainda, mas Paulo Serra é considerado um “forte nome” para assumir o comando da sigla no Estado de São Paulo. “Vamos estar à disposição em qualquer posição que ele queira que a agente atue”, revelou. Confira.

Folha do ABC- Grupos setoriais do PSDB paulista se manifestaram contra o plano de Eduardo Leite de adiar as convenções estaduais e municipais, previstas para fevereiro. O sr. também é a favor deste adiamento?

Paulo Serra- Essa discussão não está na pauta do PSDB, o que está na pauta é a construção de um novo partido, no sentido da gente se posicionar e se reconectar com a sociedade. Tenho um grande diálogo, o Eduardo Leite assumiu a presidência do PSDB. Nesta semana, teremos outras definições da Executiva. Então, estamos em um momento de transição e não cabe ficar pontuando pequenas disputas.  Não dá para pensar pequeno agora. Infelizmente, tem gente que, lamentavelmente, pensa assim.

Mas, a nossa linha de condução é para a união do partido, para ouvir todas as bases nos Estados nos municípios, mas não perder a oportunidade que o partido vai ter através das convenções e dos diretórios e se rediscutir para o grande objetivo que é reconectar o partido com a sociedade.

Sempre polarizamos com o PT, nas disputas nacionais, também nas disputas nos Estados, e perdemos esse espaço. Isso é muito óbvio, nem tivemos candidato a presidente na última eleição. O desafio é esse. É muito maior do que ficar discutindo calendário.

Folha- Como serão repactuadas as diretrizes pragmáticas do partido? A sigla irá se reconectar com o antipetismo?

Serra- Isso é outra discussão. Teremos congressos partidários durante todo esse ano, isso ainda vai ser discutido junto com a Executiva, mas a ideia é fazer com que o partido volte a ter vida. Volte a discutir, ter propostas, volte a se posicionar sobre questões polêmicas ou que estão no País. Então, esse é o grande objetivo e, a partir daí, vai ter um calendário. Mas, não há nenhum tipo de insegurança, pelo contrário. O momento é de união e coalizão.

Folha- O sr. é considerado um forte nome para assumir a presidência do PSDB no Estado de São Paulo. Como avalia essa possibilidade?

Serra- Não tenho essa pretensão. Nunca tive. Estou dentro do projeto de reconstrução partidária, pela proximidade e amizade que temos hoje, com o presidente nacional, e por acreditar neste projeto. Não tenho, da minha parte, nenhum tipo de vaidade pessoal de preencher algum cargo específico. Isso, para mim, a meu ver, é uma discussão muito pequena para tudo isso que estamos discutindo.

Pela proximidade que temos, é claro que estaremos muito presente, neste novo grupo que vai formatar esse processo de discussão, de encontro, de convenções. Não tem nenhum papel definido ainda, até porque a própria futura Executiva ainda está em formação. O que temos de certo é que o Eduardo vai liderar esse processo e vamos estar à disposição em qualquer posição que ele queira que a agente atue.