01 Jul 2024


Manente: "São Bernardo precisa ser mais moderna e eficiente"

Publicado em Política
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O deputado federal Alex Manente (Cidadania), em entrevista exclusiva à Folha, falou sobre sua pré-candidatura a prefeito de São Bernardo, contou sobre suas principais propostas para melhorar a cidade e falou sobre apoiadores e polarização política.

Manente está no terceiro mandato como deputado federal. Em 2022 foi reeleito com o total de 196.866 votos, sendo 64.870 votos em São Bernardo. Iniciou a vida pública aos 25 anos como vereador, mas desde cedo já acompanhava a trajetória política do pai, Otávio Manente. Também concorreu para prefeito de São Bernardo, duas vezes, nas eleições de 2012 e 2016.

Sobre sua pré-candidatura, no atual cenário político de São Bernardo, revela que se trata de uma responsabilidade com a cidade. “Tenho uma responsabilidade com a cidade. Iniciei minha vida política muito jovem, um legado que vem desde o meu pai, que foi vereador, secretário de Obras, funcionário de carreira da Prefeitura, que me proporcionou iniciar muito jovem, com a maior votação da história da cidade, até hoje, para vereador, depois os mandatos como deputado estadual e deputado federal, todos com a maior votação da cidade para os cargos que eu disputei. Sinto-me na obrigação de reunir as pessoas que fazem parte de um mesmo espectro ideológico, de apresentar aquilo que nós acreditamos para o futuro da cidade, que terá muitos desafios”, diz.

Na avaliação de Manente, os próximos governos terão a responsabilidade de, no mínimo, manter o patamar de tamanho que a cidade tem atualmente, mas que segundo o pré-candidato vem perdendo a capacidade de produção. “A minha obrigação é de propor o que acredito junto com esse grupo, que tem, hoje, 8 vereadores, dos mais importantes, eleitoralmente e de conteúdo na cidade, tem o meu mandato como deputado federal e que tem a sociedade civil participando. Então, estamos propondo para a sociedade que ela nos ajude com as necessidades, com as melhorias que a cidade precisa para continuar fazendo bem feito o que é bem feito e inserir o que não foi feito”, conta.

De acordo com o pré-candidato São Bernardo precisa ser “mais” moderna e eficiente. “Temos que desburocratizar, buscar a nova matriz econômica, uma vez que a queda no ICMS revela a queda de produção e, consequentemente, a falta de geração de emprego e oportunidades no futuro, tornando São Bernardo uma cidade dormitório. O único aumento de arrecadação que tivemos foi no IPTU, por conta da verticalização que a cidade tem tido e se pegarmos o trânsito da verticalização, a Via Anchieta para chegar a São Paulo pelas manhãs já está no km 23.  Para você vir a São Bernardo não tem trânsito, o que significa que o emprego está fora da cidade. E, naturalmente, com isso, a nossa arrecadação tende a cair”, considera.

Manente também faz críticas à Saúde e à Segurança. “As pessoas reclamam da falta de especialistas, em todos os bairros, na falta de agilidade na marcação de exames, na precarização dos trabalhadores. Então, não é falta de dinheiro na Saúde, é falta de gestão dos gestores”, acredita.

Na área de Segurança, diz que é preciso investir no guarda municipal, que não tem Atividade Delegada. “São Bernardo é a única cidade no ABC que não tem a ‘Atividade Delegada’, que é a oportunidade de aumentar em 40% o efetivo policial nas ruas para a população e não utilizamos a tecnologia para fazer as Muralhas Digitais, que têm resolvido grande parte do crime na nossa região. Se olharmos ao lado, Santo André, São Caetano, são cidades que têm diminuído os índices de ocorrência por conta do investimento na tecnologia”, acrescenta.

Para o desenvolvimento econômico da cidade, aposta na atração da indústria da tecnologia. “A indústria do emprego, do futuro, é a indústria da tecnologia. Acredito que se potencializarmos o hub logístico, trazer a extensão da malha ferroviária, que hoje está a 2 km em linha reta da rodovia Imigrantes, com aeroporto de carga privado e trabalhando integrado ao Porto de Santos, para que tenhamos um retroporto, consequentemente, seremos, novamente, a locomotiva da geração de oportunidades, de trabalho para a população”, frisa.

De acordo com Manente, o principal mote de sua campanha é o desenvolvimento, o futuro da cidade, sem perder os dois serviços essenciais, saúde e segurança. “São os desafios que temos”, declara.

Até o momento o pré-candidato conta com apoio da Federação PSDB-Cidadania, PL, PSD, MDB, Progressistas, mas o arco de aliança ainda poderá ser reforçado com a vinda de outras siglas, até a convenção, segundo Alex. Ao todo, serão mais de 120 pré-candidatos a vereador.

POLARIZAÇÃO

Apesar da aproximação com o PL, do ex-presidente Jair Bolsonaro, e ter sido ventilada a possibilidade do vereador e líder bolsonarista Paulo Chuchu (PL) compor como vice na chapa de Alex, o pré-candidato é enfático: “Neste momento, nosso pensamento é sobre São Bernardo. Qualquer candidatura colocada tem que ter como objetivo, em primeiro lugar, pensar no cidadão da cidade, não nos apoiadores políticos que possam existir fora da cidade e não deixar com que apenas a questão ideológica tome conta, porque acima da ideologia existe a cidade”.

Porém, revela que “se orgulha” de ter o apoio do PL. “É um partido extremamente importante, o maior partido do país hoje. É uma satisfação ter o apoio de todos os atores que fazem parte dessa política nacional, mas o mais importante é ter o apoio dos filiados e vereadores, do PL de São Bernardo, porque são eles que nos ajudarão no governo, nos ajudarão na vitória e nos ajudarão no governo. Então, eu acho que vamos concentrar nosso debate nas necessidades e desafios que São Bernardo tem”, diz. Manente se classifica como uma pessoa de centro-direita moderado. “E continuarei sendo”, garante.

O pré-candidato não acredita que São Bernardo irá replicar a polarização das eleições de 2022. “O debate de uma eleição municipal é sobre os problemas da cidade e não sobre direita ou esquerda. Essa questão de direita e esquerda, na minha opinião, serve para você entender a ideologia, mas não para você governar, porque você não governa para um lado ou para o outro, você governa para todos. O Brasil quer fugir dessa questão de só olhar para um lado. Temos que pensar no todo. Um governo tem que ser para todos, especialmente em uma eleição municipal”, considera. Porém, revelou: “Vamos ganhar do Lula. A nossa candidatura vai ganhar do Lula. Esse time todo que faz parte, um time muito forte. E quem vai ganhar do Lula é a cidade de São Bernardo”, ressalta.

Ainda destacou que o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) está alinhado com sua pré-candidatura. “O Tarcísio é grande parceiro do nosso projeto, até porque os nossos partidos estão totalmente afinados com o governador”, afirma. Contudo, disse que quer, tanto do governador, quanto do ex-presidente Bolsonaro, mais do que apoio. “Queremos que eles nos ajudem a fazer com que a cidade resolva seus problemas no futuro. É isso que nós queremos deles. Mais do que o apoio é a participação. É participação efetiva no nosso plano de governo”, enfatiza.

SEGUNDO TURNO

Questionado se, em um eventual segundo turno, poderá se juntar aos demais pré-candidatos a prefeito contra a esquerda, não descartou a possibilidade, nem confirmou. “É muito difícil falar sobre o que ocorrerá no segundo turno se nem iniciamos o primeiro. Vamos ver como dá o decorrer da eleição”, afirma.

Manente ainda destacou: “Tem candidaturas que servem muito mais para atrapalhar a própria direitaque estão na direita, do que efetivamente se juntar no futuro. Então, temos que pesar, na minha opinião, nesse primeiro turno, objetivamente, o que representa para a cidade cada candidatura. O que é a representação de preparo, de desafio, de experiência e principalmente do que pensa para a cidade cada candidatura”.

Na avaliação do pré-candidato, no segundo turno, quem escolhe é o eleitor. “Não é o candidato que ficou fora do segundo turno. Quem escolhe é o eleitor e há uma tendência do eleitor sempre ter o seu segundo voto. O eleitor que vota em alguém no primeiro turno, não significa que vai seguir a indicação do mesmo candidato. Então, estou muito seguro que o nosso desafio é colocar o melhor Plano de Governo para a cidade. É ela que vai julgar. Não é o meio político. O meio político acha que julga. Quem julga é a sociedade”, conclui.

 

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