As operadoras de planos de saúde têm investido na expansão de redes próprias, com aquisição de hospitais, clínicas e laboratórios. Segundo levantamento feito pela Abramge, associação das operadoras de planos de saúde, o valor da rede própria das operadoras mais que dobrou em cinco anos, atingindo cerca de R$ 12,3 bilhões no ano passado. A expansão deve se intensificar ainda mais com os investidores. Recentemente, a Notre Dame Intermédica, comprada pela Bain Capital, protocolou um pedido de abertura de capital na bolsa. A São Francisco Saúde, que opera no interior de São Paulo e teve parte de seu capital vendido, mais que dobrou seu investimento em expansão neste ano. Dos R$ 12,3 bilhões, cerca de R$ 5,6 bilhões estão concentrados em 40 grupos, entre eles: Amil, Transmontano, NotreDame Inter-médica, Unimed-BH e Prevent Sênior. As companhias com rede própria oferecem um custo menor de plano de saúde em comparação aos concorrentes como as seguradoras de saúde, cuja legislação impede que tenham ativos como hospitais, patrimônio mais valioso das operadoras. Mesmo com a crise econômica do país, o interesse dos investidores não diminuiu. Segundo Roberto Schahin, sócio da MTS Health Partners, consultoria americana especializada em saúde, “os investidores com experiência no setor de saúde não desistem porque sabem que este é um mercado de médio e longo prazos. Ao contrário, para muitos a desvalorização do câmbio é um atrativo para aumentarem a posição no Brasil”. Fundos de investimentos, que encontram dificuldades em achar redes de hospitais prontas para aquisição, estão montando do zero uma plataforma de hospitais, entre eles o Fosun, grupo chinês, que negocia a compra do Hospital da Bahia e um aporte de R$ 3 bilhões para montar uma rede.