AME Memórias de São Bernardo

O dia que a represa secou

Represa Billings na seca de 1963 ( foto: Beltran Asencio)

      Em 1963 em decorrência de uma grande estiagem, a Represa Billings secou e as cidades do ABC,  abastecidas por ela, tiveram que reduzir o consumo do precioso líquido.

  Na época eu tinha 16 anos e em companhia do meu pai,  Nobuyuki Tanaami, fomos até o Riacho Grande assistir de perto aquela desolação. O que antes era uma grande represa,  se via, bem ao centro, apenas um fiozinho d’água – era o que restava do Rio Grande. Nas beiras, alguns bolsões d’água, onde aventureiros se jogavam na ânsia de pegar na unha, uns poucos carás e lambaris que ainda restavam.

   A grande casa de bombas, erguida do lado esquerdo da represa, mais parecia um grande monumento à inutilidade, pois não havia água para bombear. A situação durou por um certo tempo, até que novamente caíssem as chuvas, para encher o grande reservatório e tudo voltasse ao normal.

   Alguns anos depois, foi construída uma barragem do lado direito da represa,  separando as águas limpas, de onde é captada a água para consumo, das águas poluídas, pois recebem as águas bombeadas do Rio Pinheiros. Estas descem por gravidade por enormes tubulações, para movimentar as turbinas elétricas da Usina Henry Borden, em Cubatão.

Roberto Tanaami – integrante da Ame (Associação dos Amigos da Memória de São Bernardo)

Casa de Bombas na seca de 1963 (foto: Beltran Asencio)