15 May 2024


Funcionários da FMABC recebem, indevidamente, vacinas contra Covid

Publicado em Cidades
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Pelo menos 80 funcionários administrativos da Faculdade de Medicina do ABC (FMABC) receberam indevidamente a vacina contra a Covid-19.

A Prefeitura de São Caetano, que forneceu 100 doses para a faculdade imunizar profissionais de saúde, descobriu a fraude ao cruzar as listas de nomes, cargos e documentos dos vacinados com o registro da função realmente exercida.

O reitor do centro universitário e ex-secretário estadual da Saúde, David Uip, depois de receber essas 100 doses da Prefeitura da cidade vizinha, enviou um ofício pedindo mais 80 doses, desta vez à Prefeitura de Santo André. "Solicitamos mais 80 doses, onde estarão inclusas as segundas doses, bem como novas doses aos profissionais que atuam no ambulatório da FMABC", disse Uip no pedido.

A Secretaria de Saúde de Santo André recebeu uma denúncia anônima de que as doses solicitadas seriam usadas incorretamente. Como aconteceu em São Caetano, a Prefeitura de Santo André descobriu que, na lista enviada pela faculdade com nome e CPF das pessoas que seriam vacinadas, estavam ocupantes de cargos administrativos.

Em nota, a Fundação do ABC admitiu que houve uma troca de cargos na lista de vacinação de 80 funcionários. A fundação disse que já solicitou a correção da lista encaminhada pelo centro universitário à prefeitura de Santo André e forneceu os cargos corretos de cada pessoa. Segundo a instituição, a troca ocorreu por conta de um "erro no preenchimento dos cargos e locais de atuação das pessoas". "Praticamente 100% dos 80 nomes listados no anexo não mantêm relação direta com os setores mencionados".

 

Em resposta à publicação, a Fundação do ABC esclarece que:

 

A Fundação do ABC afirma que são falsas as denúncias de “fura-fila” por funcionários do setor administrativo da instituição. Todos os colaboradores mencionados estão à frente em suas áreas de projetos para o enfrentamento da pandemia, como ambulatórios e hospitais de campanha, em contato direto com ambientes com pacientes contaminados pela Covid-19, assim como com os profissionais de saúde que atuam na assistência aos casos suspeitos e confirmados da doença.

Todos os profissionais da Fundação do ABC mencionados pela reportagem estão qualificados como “Trabalhadores da Saúde” e foram vacinados com doses provenientes do Centro Universitário Faculdade de Medicina do ABC (FMABC), em total concordância com o Plano Nacional de Vacinação Contra a Covid-19.

Vale ressaltar que a Fundação do ABC não recebe doses de vacina e tampouco define os públicos prioritários. Esse trabalho é realizado pelo Comitê de Contingência do Centro Universitário FMABC. É o Comitê de Contingência que determina as prioridades conforme o Plano Nacional de Vacinação, distribui e aplica as doses, garantindo o pleno funcionamento dos serviços assistenciais e de apoio, assim como a segurança aos trabalhadores da saúde.

No Ofício GRE N°143/2021, de 7 de abril, pelo qual o Centro Universitário FMABC solicita doses de vacina à Prefeitura de Santo André, identificou-se que todos os 80 nomes listados não mantinham relação direta com os setores mencionados e não trabalhavam nos ambulatórios mencionados, mas sim em áreas administrativas.

São 7 funcionários da Fundação do ABC e outros 73 ligados ao Centro Universitário Faculdade de Medicina do ABC, praticamente todos de áreas administrativas e com os locais de trabalho descritos de maneira equivocada, o que claramente configura problema na confecção do documento.

Diante dos erros materiais identificados no documento, a Fundação do ABC notificou o Ministério Público e solicitou a retificação junto ao Centro Universitário FMABC, com a inclusão de nomes e demais dados corretos.

Apesar do erro material no preenchimento do documento do Centro Universitário FMABC, é fundamental que se destaque que não houve fura-fila de vacinação e que todos os colaboradores que atuam no complexo de saúde do campus universitário e nos hospitais de ensino/campanha são qualificados como “trabalhadores da saúde” e têm direito à vacinação, inclusive os funcionários mencionados pela reportagem, que frequentam ambientes contaminados, hospitais de campanha e os ambulatórios Covid-19 gerenciados pela Fundação do ABC.

Somente em abril de 2021, a Fundação do ABC implantou e passou a gerenciar três hospitais de campanha, todos implantados pelas equipes da sede administrativa, com participação direta dos colaboradores mencionados.

Outro ponto a ser observado é que a imunização dos colaboradores da Fundação do ABC teve início em janeiro de 2021 nas unidades assistenciais, junto aos funcionários da linha de frente, seguindo o Plano Nacional de Vacinação. No próprio mês de janeiro, milhares de profissionais da FUABC já haviam recebido a primeira dose, inclusive com algumas unidades registrando entre 90% e 100% das equipes vacinadas.

A campanha junto aos trabalhadores da saúde da FUABC teve sequência e continuou vacinando os colaboradores conforme o Plano Nacional de Vacinação e a disponibilidade de doses, assim como segundo as prioridades determinadas pelo comitê técnico. A denúncia em que se baseia o jornal trata da vacinação ocorrida em 20 de abril, ou seja, três meses após o início da vacinação dos profissionais de linha de frente. 

No caso específico dos colaboradores mencionados pela reportagem, todos trabalham no complexo de saúde do campus do Centro Universitário FMABC. A ordem de quem deve ser vacinado prioritariamente é definida pelo Comitê de Contingência do Centro Universitário FMABC, que já havia vacinado 800 pessoas de seu público interno antes de convocar os 80 colaboradores que constam na lista que embasa a denúncia.

 

 

Última modificação em Quinta, 06 Maio 2021 08:58
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