06 May 2024
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Jorge Andrade tem seu lugar reservado na galeria dos melhores teatrólogos de seu tempo e de todos os tempos, entre nós. E posso dizer com orgulho que colaborou com meu governo na Prefeitura de SBC. Integrou a Secretaria de Cultura e Esportes, então sob o comando de Fernando Leça.  Deixou-nos uma obra teatral que vai percorrer séculos, e faleceu em 13 de março de 1984, com apenas 62 anos de idade.  Dele guardo como preciosa relíquia um exemplar da 1ª edição de seu livro de memórias “Labirinto”, com especial dedicatória a mim e minha saudosa mulher, que transcrevo: “Para Tito e Léa, com a admiração e o respeito profundo do Jorge”.  SBC 06/78.                                      
Na adolescência brigou muito com seu pai que queria fazer dele um homem do campo, do mato, da caça e da pesca. Mas, outro era o mundo de Jorge e por isso escondia-se debaixo da cama ou no alto de um abacateiro para poder proteger seus livros e ler distante das implicâncias paternas. Livro não é coisa de homem, gritava-lhe o pai. Mas Jorge com seus segredos, só de uma coisa tinha certeza: “me vejo sozinho diante do mundo! Estar só é estar comigo mesmo! Por que sair do labirinto, se viver é estar preso nele?”.
Mas a luta do pai com ele não tinha trégua, o que o aproximou de Érico Veríssimo, famoso escritor gaúcho que teve com o pai discórdias semelhantes. A despedida deles foi comovente, o filho correndo atrás do pai, já dentro do trem, para entregar-lhe a linguiça fria envolta em jornal sujo, único bem que levara consigo. Pai e filho nunca mais se viram, pois o velho morreu em São Paulo onde a família não conseguiu localizar-lhe o corpo nem a sepultura. Sumiu no tempo e no espaço.
Uma outra situação, também dramática, ocorreu entre Jorge e seu pai intolerante. Muito a custo de tanto pedido, dignou-se o pai vir a São Paulo assistir à peça do filho rebelde: “A  Moratória.” Terminada a sessão no Teatro Maria Della Costa, na Rua Paim, SP Capital, onde acabavam de ver a peça,  grande sucesso de Jorge e este assim registra o fato em seu livro “Labirinto”: “As pessoas que passam saem do teatro, ele (o Pai) se aproxima de mim enquanto caminhamos  rumo à Avenida 9 de Julho, pára e olha-me com imenso amor, puxando-me para ele e me abraçando. Sua voz sai da garganta montada nos  soluços, tropa xucra da dor: - Eu não sabia, filho. Eu não podia compreender. Peço que me perdoe. Agora, sei que há muitas maneiras de amar a mesma coisa. Nunca li um livro. Sou fazendeiro atrasado, não podia saber que ... ! Perdoe-me, meu filho.
- Não, papai. Não chore, não me aprisione no remorso para o resto da vida”.
Silencioso, meu pai se volta, passa entre os carros estacionados, desaparece.  E Jorge acrescenta: “Não é nos filhos diferentes e sensíveis que as contradições se manifestam! É, portanto, através do pai que eles começam a percebê-las”.
Que melhor final haveria Jorge de desejar para uma longa convivência cheia de tropeços e de equívocos entre ele e o pai.
Jorge Andrade foi um autor importante na literatura teatral do Brasil. Mostrou a decadência dos barões do café, assim como o fim de uma era de prosperidade nas fazendas e nas famílias tradicionais brasileiras. Sua peça “A Moratória” é bem o espelho dessa análise sócio-cultural de uma época de dominação de grupos poderosos de uma sociedade carregada de privilégios, mas em processo de desaceleração, empobrecimento e amargas desilusões. Além de inúmeras peças teatrais sempre em torno do mesmo tema, como “Os Ossos do Barão”, “Vereda da Salvação” e tantas outras, deixou-nos um livro de memórias (Labirinto, Ed. Paz e Terra, 1978) retratando sua vida, seus sacrifícios, seus sonhos, sua luta exatamente contra aqueles que lhe eram mais caros, como o Pai.

16 de Março de 2019

Popular

O ministro da Justiça, Sergio Moro, é o líder em popularidade, entre os principais nomes da equipe do governo do presidente Jair Bolsonaro. O levantamento foi realizado pela consultoria de marketing político TZU, que auxiliou o então candidato Bolsonaro, durante a campanha presidencial. A proporção de 76% de aprovação deixou Moro 14 pontos percentuais à frente do próprio Bolsonaro, o segundo mais popular. Em terceiro lugar, ficou o ministro da Economia, Paulo Guedes, com 61% de aprovação; e em quarto, o vice-presidente Hamilton Mourão, com 53% de aprovação.

 

Propina

O empresário Guilherme Paulus, fundador da CVC, maior operadora de viagens do país, confessou à Polícia Federal (PF) ter pago propina para livrar uma de suas empresas de uma cobrança de R$ 161 milhões em tributos na delegacia da Receita Federal em Santo André. Paulus deixou a presidência do Conselho de Administração da CVC Brasil em março de 2017, pouco antes de fazer a delação premiada, e não participa do controle da companhia.

 

Caixa 2

O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, na quinta (14), que crimes como corrupção e lavagem devem ser julgados na Justiça Eleitoral se estiverem relacionados a caixa 2 de campanha. Foram 6 votos a 5. Foram favoráveis à separação das investigações os ministros Edson Fachin, Luís Roberto Barroso, Rosa Weber, Cármen Lúcia e Luiz Fux. Na visão deles, seria responsabilidade da Justiça Federal processar crimes como corrupção, mesmo havendo conexão com delitos eleitorais.

 

Lava Jato

Votaram contra separar crimes comuns e delito eleitoral quando há conexão entre eles: o presidente do STF, ministro Dias Toffoli, os ministros Gilmar Mendes, Marco Aurélio Mello, Celso de Mello, Alexandre de Moraes e Ricardo Lewandowski. O cenário é visto por procuradores como desastroso para investigações criminais e operações como a Lava Jato. Há um grande temor de que o STF possa anular a condenação de 159 pessoas na Lava Jato, como por exemplo, as condenações de Lula e de Eduardo Cunha. Os reflexos da decisão não devem ter efeito imediato, já que os processos terão de ser analisados caso a caso.

 

Na Casa Branca

O presidente Jair Bolsonaro (PSL), que embarca neste domingo (17), para visita oficial ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deverá estar acompanhado de seis ministros: Paulo Guedes (Economia), Sergio Moro (Justiça), Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional), Ernesto Araújo (Relações Exteriores), Tereza Cristina (Agricultura) e Ricardo Salles (Meio Ambiente). O retorno para Brasília está previsto para quarta (20).

 

Pauta

Comunicado oficial da Casa Branca informou que na pauta estarão os seguintes temas: como construir um hemisfério Ocidental mais próspero, seguro e democrático; oportunidades de defesa e cooperação para combater crime transnacional e a questão da Venezuela.

 

Moradia

Um morador de rua escolheu o Piscinão da Praça dos Bombeiros, em São Bernardo, com capacidade de 34 mil m³, para se instalar. Já está morando no local há 4 meses. O fato, bastante curioso, foi exibido em reportagem de Ananda Apple, para o SPTV da Rede Globo, na terça (12).

 

Piscinões

O ABC possui ao todo 20 piscinões, sendo que 10 estão localizados em São Bernardo; 4 em Mauá; 3 em Diadema; 2 em Santo André e 1 em São Caetano. Do total, 8 estão em condições ruins e necessitam manutenções. Em dezembro do ano passado, o Governo do Estado anunciou que iria investir R$ 45,1 milhões através do DAEE (Departamento de Águas e Energia Elétrica) nos próximos 12 meses na limpeza, manutenção e operação de 25 piscinões localizados na Região Metropolitana de São Paulo.

 

Piscinões I

O trabalho incluiria a remoção de 214 mil m³ de sedimentos depositados no fundo dos piscinões; manutenção de bombas e equipamentos eletromecânicos, com substituição de 11 bombas danificadas; remoção de lixo nas grades de entrada e saída dos piscinões; capina de mato na área dos reservatórios e serviço de vigilância e operação de bombas e comportas.

 

Piscinões II

O governador João Doria, na quarta (13), anunciou que irá retomar a construção do Piscinão Jaboticabal, com capacidade para armazenar 900 mil m³ de águas pluviais, na divisa entre os municípios de São Paulo, São Caetano e São Bernardo. A obra terá custo previsto de R$ 400 milhões.

 

Precatórios

A Prefeitura de Santo André informou, por meio de comunicado, que está em dia com o pagamento dos precatórios. Em 2018, foram pagos R$ 144.615.234,52. Em 2019, foram pagos até o momento R$ 9.843.865,01 e, em fevereiro R$ 15.695.270,20.

 

Tarde demais

Alguns vereadores de Santo André até se mobilizaram para percorrer os bairros mais afetados pelos estragos da chuva de domingo (10). Porém, optaram por fazer a visita, só na quarta (13), após toda a lama já ter sido removida das vias. Um deles chegou de ônibus junto ao Tiro de Guerra.

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A notícia de que alunos atearam fogo às cortinas da sala de aula da escola estadual em que estão matriculados é mais um episódio triste na sequência de calamidades em que o Brasil está imerso.
    A sala de aula já foi um território sagrado, ambiente em que se descortina o mundo novo do conhecimento. Lugar de aprendizado e de convívio. Ali se vivencia o melhor momento da curta infância e da célere juventude, antes que as vicissitudes do mundo adulto gradualmente comecem a diluir os sonhos e as ilusões.
Sintomática a atitude de quem destrói aquilo que, na verdade, é seu. A escola pública é sustentada pelo dinheiro do povo. De todos: mesmo daqueles que nunca puderam estudar. Daqueles que ficaram à margem da alfabetização e que são os habitantes da “Caverna de Platão”, não por vontade própria, mas por contingências.
Houve tempo em que alunos tinham família ciosa de suas responsabilidades. Pais e mães que não declinavam do “currículo oculto”, ou seja, de transmitir à prole noções de respeito, de polidez, de consideração em relação a pessoas e a bens. Principalmente os bens alheios. No caso, tudo aquilo que está dentro da escola não é apenas dos alunos que se servem e se utilizam desse patrimônio. A titularidade dominial é difusa: a escola pertence a todos. Então, quando se destrói algo dentro dela, atinge-se, difusamente, bem da população.
Sabe-se que o Brasil está mergulhado num tempo histórico de choro e ranger de dentes. Ressentimento, ira, ódio, violência. Descrédito em relação a tudo o que é estatal. Falta de esperança e de perspectiva.
Nessas horas é que a educação deveria estar a salvo. Ela é a chave para a resolução de todos os problemas brasileiros. Somente o conhecimento e a sabedoria conseguirão resgatar a humanidade desse peso aparentemente insuportável de assistir a um acelerado retrocesso em grau civilizatório.
Impossível acreditar que incendiar cortinas ou depredar escolas venha a auxiliar o projeto de contínuo aprendizado, que é a missão de todas as pessoas conscientes. Mesmo e inclusive aquelas que já passaram por todas as fases da escolarização formal.
Ou estamos diante de uma patologia que, como enfermidade, precisa ser tratada ou serão outros sinais do Apocalipse, que muitos já enxergam naquilo que nos é dado presenciar nestes tempos?

No ABC, as chuvas ocorridas entre a noite de domingo (10) e a madrugada de segunda (11), deixaram, além de milhares lares inundados e interditados, dez vítimas fatais, sendo 6 por afogamento e 4 por deslizamentos.
A chuva, fenômeno previsível, tornou-se ameaça em praticamente todos os municípios da região. Resultado da falta de respeito ambiental e da incúria das autoridades.
A intensa urbanização do ABC, com dezenas de condomínios, com centenas de novas torres residenciais e comerciais, erguidas pelas construtoras, que viraram grandes patrocinadoras do “desenvolvimento” da região, se deu de uma forma rápida e desordenada. Como resultado desse processo, houve o aumento da ocupação de áreas de várzeas, canalização de córregos e impermeabilização do solo, causando diversas alterações no micro clima urbano, entre elas a ocorrência das ilhas de calor, anomalias térmicas e modificações na precipitação. No caso da precipitação, nas últimas décadas, tem-se intensificado a ocorrência de chuvas intensas que provocam alagamentos e enchentes.
Somado a isso, há o intenso descarte de lixo nas vias públicas, desde uma simples garrafa de água até um sofá velho, que entopem bueiros e se acumulam em locais inapropriados.
Segundo dados da Revista Brasileira de Climatologia, no ABC, o resultado da climatologia da região, entre 1968 e 1998; identificou os meses de janeiro e fevereiro como os mais chuvosos do ABC. Já num período mais atual, entre 1999 e 2014, a média das chuvas mostrou um incremento no mês de janeiro em Diadema, São Caetano, São Bernardo e Santo André, acompanhado, em contrapartida, pela redução das chuvas anuais. Os impactos das chuvas intensas foram verificados na análise da variabilidade de índices climáticos de chuva, a qual acompanhou a frequência anual dos eventos de deslizamentos e inundações, identificando os anos de 2010 e 2011 como aqueles de maiores chuvas e consequentemente com a maior ocorrência de desastres.
Os eventos de deslizamentos são mais frequentes no verão, com destaque para os municípios de Ribeirão Pires, Mauá e Santo André. Também, se identificaram tendências positivas no número de dias com chuvas, igual ou superior a 50 mm, em todos os municípios, sendo este limiar de intensidade um grande provocador de deslizamentos e inundações em áreas mais susceptíveis.
Ou seja, há décadas, já é conhecido os índices precipitação de chuvas na região, sempre acima de 50mm. Nos últimos anos, as fortes chuvas já provocaram diversos estragos, vítimas fatais e muito prejuízo para os moradores de todas as cidades. Porém, as autoridades da região, continuam a lamentar os estragos, depois do ocorrido, não agindo efetivamente na prevenção. A culpa, afinal, é do meio ambiente, pois choveu além do previsto. Contamos apenas com a sorte, para que nada grave ocorra quando “chover além do previsto”
Em novembro último, o ABC foi dilacerado pelas chuvas, houve estragos feios, em todo o ABC. Escadas rolantes de shoppings da região pareciam verdadeiras cascatas de água. Inúmeros munícipes perderam carros e os comércios, seus estoques. E os poderes públicos lamentaram e lançaram força-tarefas e medidas preventivas contra as futuras chuvas. Porém, comprovadamente, todo o pacote infalível, fracassou. No domingo (10) de março, ocorreu tudo de novo. Novo temporal, chuvas intensas e, novamente, o ABC despreparado. Novos estragos, novas mortes, velhos lamentos e novos pacotes com medidas para amenizar a tragédia. Não existe “lamento” que pague o prejuízo de nenhum munícipe. Como viver sem poder voltar pra casa? Perder um ente familiar por afogamento? Perder o carro utilizado para levar os filhos na escola ou para trabalhar? Tudo isso poderia ser evitado e não é um ‘pacote amenizador’, que irá diminuir a dor, o sofrimento e o prejuízo financeiro dos moradores do ABC.

O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, na quinta (14), que crimes como corrupção e lavagem devem ser julgados na Justiça Eleitoral se estiverem relacionados a caixa 2 de campanha.

Foram 6 votos a 5. Votaram contra separar crimes comuns e delito eleitoral quando há conexão entre eles: o presidente do STF, ministro Dias Toffoli, os ministros Gilmar Mendes, Marco Aurélio Mello, Celso de Mello, Alexandre de Moraes e Ricardo Lewandowski.

Foram favoráveis à separação das investigações os ministros Edson Fachin, Luís Roberto Barroso, Rosa Weber, Cármen Lúcia e Luiz Fux. Na visão deles, seria responsabilidade da Justiça Federal processar crimes como corrupção, mesmo havendo conexão com delitos eleitorais.

O cenário é visto como desastroso para investigações criminais e operações como a Lava Jato, sob a alegação de que a Justiça Eleitoral não é a ideal para processar crimes que exigem investigação aprofundada como corrupção e lavagem de dinheiro.

Há também um grande temor de que o STF possa anular a condenação de 159 pessoas na Lava Jato. Poderiam ser anuladas, por exemplo, as condenações do Lula e do Eduardo Cunha.

O ministro Marco Aurélio Mello afirmou após o julgamento, que em tese, isso só ocorreria se ficar entendido que o juiz federal julgou algum caso em que há relação de crime de caixa 2, por exemplo, o que atrairia a competência da Justiça Eleitoral.

Os reflexos da decisão do Supremo não devem ter efeito imediato, já que os processos terão de ser analisados caso a caso.

Última modificação em Sexta, 15 Março 2019 09:28

Os 94 deputados estaduais eleitos, em outubro último, tomarão posse, em cerimônia, na Assembleia Legislativa, para compor a 19ª Legislatura, nesta sexta (15), às 15h. Do total, apenas seis deputados estaduais foram eleitos no ABC. Das sete cidades, Santo André não elegeu nenhum deputado; São Bernardo elegeu quatro.

Serão empossados Barba (PT), que obteve 91.394 votos; Carla Morando (PSDB), 89.636 votos; Luiz Fernando (PT), 85.271 votos e Coronel Nishikawa (PSL), 23.094 votos; Diadema elegeu um; será empossado Marcio da Farmacia (Pode), 44.969 votos e de São Caetano, tomará posse, Thiago Auricchio (PR), 73.435 votos.


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