O prefeito de São Caetano, José Auricchio Júnior (PSDB), anunciou, nesta sexta (5), a composição para sua sucessão, que irá disputar as eleições de outubro próximo. O vereador Tite Campanella é o pré-candidato a prefeito e a secretária de Saúde, Regina Maura, a vice.

Na ocasião, Tite assinou a ficha de filiação do PL, partido de Valdemar Costa Neto e que tem o ex-presidente Jair Bolsonaro como o maior expoente. Já Regina, deixou o PSDB oito meses após assumir o comando da sigla na cidade e se filiou ao PSD, do secretário de Governo e Relações Institucionais do Estado de São Paulo, Gilberto Kassab.

Auricchio revelou que foi uma decisão “difícil de ser tomada, mas que a vida pública impõe”, mas destacou a “generosidade” que Deus que lhe deu por ser prefeito por quatro vezes e que, por isso, há condição de fazer um processo “diferenciado” com esses quadros. Ressaltou a amizade com Tite e destacou a trajetória política de união com o vereador. “Tite tem o DNA político de outra geração. É uma amizade de mais de cinco décadas, delineada permanentemente pela política. Ainda que houvesse outras motivações, inclusive das divergências, a política sempre foi o que nos uniu”, disse.

O prefeito ainda relembrou da parceria entre Tite e Regina no combate à Covid-19 em 2021. “Houve uma experiência, que foi episódio de 2021, com o meu afastamento por parte do poder Judiciário e que foi revertido pelo STF. O Tite e a Regina enfrentaram, em 2021, de peito aberto o segundo ano da pandemia, além do enfrentamento da crise econômica que se alastrava naquele momento”, contou.

União foi a palavra mais utilizada no ato político. Esteve presente nos discursos de Auricchio, Regina Maura, Tite e também do deputado estadual Thiago Auricchio (PL).

O deputado enfatizou que não foi uma “missão fácil” reunir os cinco partidos que irão apoiar essa chapa (PL, PSD, Republicanos, PSB e PP). “Inúmeras cidades do Estado, como Guarulhos, e Santos, estão com uma grande dificuldade de reunir esses partidos. Graças ao governador e ao entendimento da nossa classe política, conseguimos unir esses partidos que compõem a base do governador na Assembleia, também em São Caetano. Isso é mais um sinal da nossa vitória”, disse Thiago. E completou: “que esse grupo se mantenha unido para os próximos pleitos”.

Auricchio também destacou o apoio do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos). “Neste processo, foi fundamental a presença e o direcionamento dado para o governador Tarcísio, que queria que o deputado Thiago tivesse participação na escolha e isso, nesta última semana, se intensificou de forma física”, revelou. O prefeito ainda contou que a última pessoa que falou com ele, na noite de quinta (4), foi o governador. “Ele agradeceu o desfecho que demos ao processo”, disse.

O pré-candidato Tite, em seu discurso, ressaltou a unidade e liderança de Auricchio na cidade. “99% desta unidade se deve a liderança que o Auricchio exerce na classe política e na comunidade de São Caetano. Ele é um exemplo de força, de classe política unida e, por obedecer, sempre, o princípio da humildade, teremos muito trabalho e vamos ter que conversar com toda a cidade”, destacou.

Também revelou que fará como seu pai, ex-prefeito (in memoriam) Anacleto Campanella que, segundo Tite, gostava de andar por São Caetano e conversar com as pessoas.

Já Regina, enfatizou a gratidão pela confiança que foi depositada nela, mais uma vez, pois já disputou, anteriormente, como candidata a prefeita, em 2012, também indicada por Auricchio.

“Sinto-me, hoje, muito mais recebida pela classe política, após muitos anos de aprendizado. Aprendemos todos os dias, todas as coisas, mas foram anos de aprendizado na questão da gestão, da técnica, da política, da academia, por meio da USCS. Nosso lema é complementaridade, um completa o outro. Aquilo que pudermos fazer juntos, compartilhando o governo de uma forma bastante unida e amiga, vamos fazer e tomar exemplo, sem ressentimento de nada”, avaliou.

O reitor da Universidade de São Caetano do Sul (USCS), Leandro Prearo, que era um nome ventilado como possível pré-candidato a prefeito, frisou a união do grupo. “A escolha afunilou-se sim em três nomes, mas tivemos seis, sete nomes importantes nesse processo. As decisões passaram pelo grupo. Ninguém é candidato de si mesmo”, disse.

INSPIRAÇÃO NO GOVERNO DE ANACLETO CAMPANELLA

À Folha, Tite falou sobre a continuação do legado do pai, Anacleto Campanella, que foi prefeito de São Caetano. “A cidade ainda estava em formação. Tínhamos uma mortalidade infantil enorme. Esta pauta foi totalmente superada. Temos uma das menores mortalidades infantis do Brasil e isso, para ele, no céu, é um orgulho, saber que eles começaram com esse trabalho lá traz e de pouco a pouco vimos ampliando o leque de avanços em todas as áreas da cidade. Então, continuar o legado do meu pai é continuar conversando com o povo, que é uma coisa que ele fazia muito bem, por isso foi cassado, também, pelo AI-5, em 1969. Tentamos representá-lo da melhor maneira possível. É o que vamos continuar fazendo”, disse.

BOLSONARISMO

Durante coletiva de imprensa, Tite revelou que votou no ex-presidente Bolsonaro, mas que é conservador, acima de tudo, e que outros homens públicos também têm esse perfil. “Temos que separar essa questão do bolsonarismo da parte política. Votei no Bolsonaro e pedi voto para o Bolsonaro e sou acima de tudo conservador. Meu perfil político e ideológico é conservador, agora, não acho que isso seja uma coisa exclusiva do Bolsonaro, o Tarcísio também tem esse perfil e outros homens públicos também têm esse perfil”, afirmou. “O Bolsonaro conseguiu simbolizar essa voz conservadora que não ouvíamos na política brasileira e acabou sendo ele identificado com esses valores, mas são valores da maior parte da população brasileira, que tem isso e vamos representá-los”, completou. 

   Santo André celebra 471 anos nesta segunda (8). O município teve origem na antiga vila de Santo André da Borda do Campo. A vila foi fundada por João Ramalho, que se casou com a índia Bartira ("flor de árvore", em tupi), filha do cacique Tibiriçá, da tribo dos Guaianases. Em 8 de abril de 1553, o seu pedido de transformar a região em que vivia em Vila foi atendido pelo governador-geral Tomé de Sousa.
   Em 1558, Ramalho passou a governar a vila como alcaide-mor. Em 1560, devido às rivalidades entre os padres jesuítas de Piratininga e o alcaide, além dos conflitos com os povos indígenas da Confederação dos Tamoios, o governador-geral Mem de Sá decidiu transferir a vila para os campos de Piratininga, onde, desde 1554, já se localizava o Colégio de São Paulo, erguido no atual Pátio do Colégio.
   O povoado que viria a constituir a cidade de Santo André surge com a inauguração da estação de trem São Bernardo, da Estrada de Ferro Santos-Jundiaí, em 16 de fevereiro de 1867. Esta estação se situava na então Freguesia de São Bernardo, vinculada à cidade de São Paulo.
   Já a expansão industrial remonta ao final do século XIX e caracterizou-se por um misto de produção industrial e artesanal. As primeiras indústrias foram a Tecelagem Silva Seabra & Cia, conhecida também como Fábrica Ypiranguinha por estar sediada na região que, atualmente, é conhecida por esse nome. Foi inaugurada em 1885 e produzia brim de algodão. Esta indústria operou até a década de 1970. Outra tecelagem instalada ainda no século 19 foi a Bergman, Kowarick& Cia que iniciou suas atividades em 1889 e fabricava casemiras.
   Além disso, outras tecelagens menores foram se instalando no início do século XX, como a Fiação e Tecelagem Santo André (1908), a Fábrica de Tecidos de Algodão (1920), a Fábrica de Tecidos São Geraldo (1926), o Jutifício Maria Luiza Ltda (1933), entre outras. Todas já desapareceram, principalmente por não conseguirem se impor às inovações tecnológicas, após a década de 1950.
   Assim, com o passar dos anos, a antiga Vila de Santo André da Borda do Campo cresceu para tornar-se uma metrópole. Atualmente, Santo André, não possui mais o vigor que foi ressaltado no próprio hino da cidade, cujos versos destacavam o município como um: “gigantesco viveiro industrial”. Assim como as demais cidades do ABC, sofre com a desindustrialização e tenta manter as indústrias existentes. Nos últimos anos, tem-se observado um aumento de atividades nos setores de serviços e no comércio.
   Na área política, é administrada pelo governo do prefeito Paulo Serra, que chega ao oitavo e último ano do segundo mandato. Em entrevista exclusiva, revelou que “está muito feliz” de finalizar o último ano e por já ter cumprido mais do que 80% do plano de metas. “É uma sensação boa de dever cumprido”, disse. Em relação a dívida pública municipal, o prefeito garantiu que a reduziu em 80% e que a cidade tem R$ 1 bilhão em obras já entregues e em andamento. Também revelou que, agora, tem uma “grande missão” de escolher o seu sucessor. “Não posso passar o comando desse avião, com tantas famílias embarcadas, para alguém que nunca pilotou nada e não tem essa experiência na gestão”, avaliou. Caso consiga fazer seu sucessor, Serra irá quebrar um paradigma em Santo André. O último prefeito que conseguiu eleger um sucessor foi o Newton Brandão, em 1972, com Antonio Pezzolo.
   Mas, o importante é que a cidade aniversaria. Assim, é hora de resgatar a esperança. Santo André está no coração de cada um. Para celebrar os 471 anos, a cidade terá mais de 100 atrações, entre shows, entregas e inaugurações. Parabéns, Santo André!