16 May 2024


Nalini assume a secretaria do Clima de São Paulo

Publicado em Política
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  O ex-presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) e articulista da Folha, José Renato Nalini, foi escolhido pelo prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB) para assumir a Secretaria de Mudanças Climáticas. O cargo estava vago desde que o ex-vereador Gilberto Natalini pediu demissão do comando da pasta, na quinta (4), para se dedicar a um projeto no setor privado.

   Nalini é formado em Direito na Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Campinas, atuou no Ministério Público de São Paulo (MPSP), presidiu o TJSP no biênio 2014/2015. Em 2016, assumiu a Secretaria de Educação da gestão do governador Geraldo Alckmin (então PSDB). Também foi presidente da Academia Paulista de Letras (APL). Confira entrevista exclusiva com o novo secretário.

Folha do ABC - Como surgiu o convite para integrar o governo Ricardo Nunes?

José Renato Nalini - O prefeito Ricardo Nunes é meu amigo há muitos anos. Foi parceiro em inúmeras atividades, tanto no âmbito do sistema Justiça, como durante o meu período na Secretaria da Educação do Estado. Insistiu comigo muitas vezes para assumir cargos na Prefeitura. Recusei, porque achei que minha contribuição para a vida pública já se encerrara após mais de cinco décadas de atuação.

   Mas a questão climática é uma de minhas obsessões. Tenho escrito e sustentado que a mais grave ameaça que recai sobre a Humanidade é o aquecimento global. É preciso que, além do Estado, do governo, a sociedade se sensibilize. Então, aceitei e fui coerente com minha postura: não basta criticar. É preciso enfrentar os desafios. O futuro depende da postura individual de cada um de nós.

Folha - O sr. terá um enorme desafio frente a Secretaria de Mudanças Climáticas, quais serão as prioridades?

Nalini - Ainda estou tomando contato com a realidade, mas acho que temos um ponto de partida muito importante: o Plano de Ação Climática de São Paulo, o PANCLIMA-SP, cujo objetivo é implementar medidas que levem a cidade à neutralidade de emissões até 250, incentivem a adaptação da cidade aos impactos das mutações climáticas e preparem a população para as consequências dos fenômenos extremos.

   Há 43 ações em andamento, distribuídas em 5 estratégias e cuja responsabilidade recai a mais de 10 Secretarias Municipais e outras entidades e instituições. São Paulo é uma das maiores cidades do planeta e é muito importante que seu Prefeito seja um homem sensível às respostas que a Terra está ofertando, como tentativa de reverter a nociva atuação que exerce sobre a natureza e os recursos naturais. Há inúmeras frentes de trabalho e, conforme a minha vocação, quero chamar todos a pensar, refletir e a trabalhar em torno a um projeto do qual depende a própria sobrevivência da humanidade.

Folha - Na avaliação do sr. ainda é possível evitar os impactos das mudanças climáticas ou apenas amenizar os seus estragos?

Nalini - Gostaria de acreditar que ainda não superamos o ponto de inflexão, que é o do retorno impossível à situação anterior aos estragos definitivos. Mas a própria ciência ainda não respondeu adequadamente a esse questionamento. Quero crer que uma conscientização geral, com as crianças, jovens e adultos sensíveis se convencendo de que a responsabilidade é de todos, possamos refrear o ritmo da destruição.

   Os dados são alarmantes. Basta verificar o que as análises têm anunciado: 2023 o ano mais quente entre os 125 mil outros avaliados. A destruição da Amazônia e do Cerrado com índices alarmantes. A poluição da atmosfera, da água e do solo. A produção de resíduos sólidos, eufemismo pelo qual hoje denominamos o lixo, em escala surreal. E alguns céticos ou mal intencionados afirmando que tudo não passa de alarmismo, de catastrofismo, de excesso ecológico.

   A Terra se cansou de emitir sinais de alerta. Agora, está mostrando o que nós provocamos nela: tempestades, ciclones, vendavais, inundações, deslizamentos de terra, secas prolongadas e outros castigos. Espero que ainda seja tempo de inversão do rumo. Para tranquilidade de nossos netos, bisnetos e daqueles que vierem depois deles.

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