Robert Waltrip, ficou conhecido no mundo da música como Bobby Short, pianista e cantor de sofisticadas casas noturnas de New York. Nascido na cidade da Danville-Illinlois no dia 15 de setembro de 1924, onde dois de seus colegas de escola eram os atores de Hollywood, Dick Van Dyke e Donald O´Connor. Bobby começou a tocar piano em salões de dança e bares e também como artista de rua, após sair de casa aos 11 anos de idade e ir para Chicago com permissão de sua mãe.

Short começou a carreira musical adulta em clubes noturnos na década de 1940 em boates de Los Angeles no após-guerra (1939-1945). Em 1968, surgiu a oportunidade de se apresentar por duas semanas no Café Carlyle, situado na Madison Avenue com rua 76 no coração de Manhattan (NY), para substituir George Feyer. Short, acompanhado por Beverly Peer no contrabaixo e Dick Sheridan na bateria, tornar-se-ia uma instituição no Carlyle e lá permaneceu como artista de destaque por mais de 35 anos. Frequentemente apresentava shows improvisados durante toda noite, com grande presença de público.
Seu enorme repertório abrangia canções de compositores afro-americanos como, Eubie Blake, James P. Johnson, Andy Razaf, Fats Waller, Duke Ellington e Billy Strayhorn, apresentando seu trabalho com simplicidade e sem polêmica, igual a seus contemporâneos brancos. A dedicação ao seu grande amor, o que podemos chamar de “A grande canção norte-americana”, fez com que se tornasse adepto da interpretação de letras espirituosas como “Gimme a Pigfoot (And a Bottle of Beer)” (Me dê um pé de porco (e uma garrafa de cerveja) de Bessie Smith ou “I Can” (Eu posso) de George Gershwin.
Certa ocasião, Short afirmou que seus compositores favoritos eram Duke Ellington, Harold Arlen, e Jerome Kern. Seu apoio e liderança foi fundamental para a construção do “Ellington Memorial” em New York. Na longa estada no Café Carlyle, teve oportunidade também de interpretar perenes composições do Irving Berlin, George e Ira Gerhswin, Cole Porter, Richard Rodgers e Larry Hart, Noel Coward, Cy Coleman, Stephen Sondheim, Vincent Youmans, Vernon Duke e outros mais.
Era frequente em suas apresentações cantar os mais belos temas da grande canção norte-americana do século XX como: “I Can´t Get Started (With You)”, “Looking At You”, “Flying Downt to Rio”, “Dinah”, “Too Marvelous For Words”, “Just One Of Those Things”, “Honeysuckle Rose”, “True Love”, “I Like The Likes Of You”, Nobody Else But You”, “Sing Me a Swing Song” e muitas, muitas mais.
Bobby Short esteve no Brasil apresentando-se no Rio e São Paulo. A primeira, em uma temporada no “150 Night Club” do Hotel Maksoud Plaza em setembro de 1982, durante duas semanas. No Rio de Janeiro no Hotel Rio Palace, onde teve a oportunidade de conhecer Tom Jobim. Nos anos 1990, esteve se apresentando na casa noturna Bareto em São Paulo, sempre com casa lotada e havida por ouvir o que havia de mais representativo do cancioneiro popular norte-americano. Sempre elegante em seu “impecável smoking”’, o show era apresentado com extrema simpatia.
Bobby Short nos deixou extenso acervo discográfico gravado nas etiquetas Atlantic Jazz, Telark, Elektra e Concord Jazz Records. Acometido por leucemia, faleceu no Hospital Presbiteriano de New York no dia 21 de maro de 2005, aos 80 anos de idade. Um cantor e pianista de grande classe que sempre magnetizou seus admiradores com músicas que evocam sensibilidade, elegância e empatia. Caros leitores, acessem o Youtube e tomem conhecimento de um intérprete que nunca foi muito conhecido no Brasil, uma voz pequena, mas muito bem colocada em cada canção.

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